“ ÁGUAS NUVENS LENÇÓIS VOAIS “
Aos desvelos de seus véus a plainar
verdejantes planícies e cumes saúdam
os céus untadas dos orvalhos teus
Farta de toda sorte ama a alimentar raízes
pastagens troncos folhas frutos vidas por
sobre estas vem para sob seus pés lhes reverdecer
Dos corpos a fluidez de seus minerais olímpicas
pistas para o percorrer de seu vívido fluir para
si os toma e com intenso vigor o faz verter
Interferência alguma ante aos desígnios de
sua aljava se interpõe barricadas cria ou
mesmo por audácia lhe desafia audaz o viver
Tão somente mesmo quando de seu ponto final
findo ciclo insatisfeito contrito este ser deixa a
alma vendo-o aflito por vencido se dá em seu querer
Ainda assim banha-se de suas úmidas terras no intrínseco instante em que tudo se encerra para tornar a matéria farta de seus dias ao pó pertencer
Água que te quero vida de meu corpo posto que
de ti meu porto encontro viço esteio pois é em
teu seio que me faço amor pois assim é o viver
© BY Tito Trugilho, 02 de junho de 2024.