“ NÃO HAVERIAM “
“ NÃO HAVERIAM “
Como vão
Questionam os intentos
Neste lugar onde até o nosso silêncio
é capaz de poesia inspirar quando vemos
revolver-se sobre a escrivaninha a pena
De fato estar silente pode trazer memórias
fazendo inclusive reviver histórias que
intensa dor ou satisfação nos venha
Mas porque razões viríamos a nos calar
Os ventos o fazem ao estabilizarem-se
as frentes cada qual num trópico a esperar
Folhas não mais caem os pássaros agora
em seus galhos retomam de suas vozes o
ecoar altissonante timbre de um revoar
De seu tom o brilho que tantos encantos
emanam nos fazem divagar sonhar semear
paixão colher amor dar receber e entregar
E desses distantes recônditos nos vemos por
oclusos ósculos olhos sempre expectadores num
auditório aquém ausente corpo por um olhar
Absorto é o que deste plano vias páginas a
arte vem aos seus para si os toma dando-lhes
de sua essência afim de compor e saborear
Digam de fato como vão para com este
instrumento em mãos dado o sopro da vida
sobre esta tábua de pedra aclamar
Haveriam indagações a que uma vez respostas
sob as portas postas em roto pardo papel por
orvalho untado lhe fosse revelado
Há apenas um sopro do qual não deve
apartar-se tal humano assim diz a vida
assim dá-se a lida assim seja silente aturdida
Abra-o e leia veja e diga sim assim seja quiçá
não não haveria
© BY Tito Trugilho, 05 de setembro de 2023.
Tito Trugilho
Enviado por Tito Trugilho em 05/09/2023
Alterado em 05/09/2023