POETA

Quem sou eu dentro deste mundo teu e meu?

Eu poeta e eu comum conversamos porém sem que venhamos a convergir buscando descrever um ao outro seu mundo, enquanto o que está debaixo de nossos pés em seu continuo e ininterrupto percurso não nos permite titubear ou oscilar entre o não é o não, bastando-nós apenas um sim.

Ora se tão belas paisagens vívidas e límpidas são, de que modo criaria entre o eu e mim mesmo, cercas e farpas que me impedissem de ali criar as mais lindas petúnia e lírios para o nosso campo adornar?

Eu me defenda de mim mesmo caso venha a intentar tal desalento ou desafeto que me roube de mim o eu que tanto quero perto.

Ai ai ai...

Ai de mim que sem o frescor desses ventos que as inspirações me trazem e ao estranho calor onde jazem o frio e o desamor com penas sem tinta ou papéis que voam sem rumo ao vento e seus meus eus fins e afins

Ai ai ai...

Eu, fique aqui comigo e meu sejas tu, para que sejamos nós um receptáculo dos infindos e multiformes sinais de onde advém o amor, e que de nosso ser venham a fluir as preciosas águas com a fragrâncias dos campos de rosas o de moram as paixões, os amores e as boas prosas que em versos se transformam ao contemplar as vidas que transbordam por aprender a viver e a amar.

Eu, fique, e comigo componha em minha mente e corpo junto as canções o nosso lar.

Tito Trugilho, 04 de janeiro de 2021.
Tcm1 “ POETA”