FLORIDOS ESPINHOS


            Lá estão elas desafiando a crítica de quem, enquanto por esta beldade adornada passa, mesmo não  vivendo sua primavera, em meio a uma patética estética apenas lhe vê como mero portador de espinhos, apenas da paisagem uma peça.

          Cá estamos nós, com esta vontade de doar amor sem medo até do mundo em seu pavor, o de temos que nos acautelar.

          Ora, para que serve o medo se não para calar o enredo das vozes que só tem em seu falar, o querer e o poder de se doar e dar valor aos que incapazes são de se quer, de este teor compreender e receber como forma de amor, para aprender  a aos seus envolver de si com sua essência, e se revelar como um caminho a ser trilhado com o objetivo de amar.

            “Espinhos, quem não os tiver que atire a primeira pétala...“

            Caso alvejar não queira aos que se levantam armados de seus buquês, se achegue a eira para contemplar o raiar deste novo amanhecer em que enriquecidos serão por receber como tesouro, mais uma vida que em sua essência desperta,  para deste precioso amor um instrumento ser,  e a outras vidas acalentar nesse querer, que o amor alcança ao chama-la para dança,  suave e melódica em que a mão amante chama a pena para sobre os papéis dançar, e compor todas as falas que se entregarem em seus lábios sem pudor ou reserva, ao passar por estes um beijo roubam em seu ressoar.

       De onde vem o beijo que esta metamorfose voluptuosa e
provocante um de seus espinhos transforma em um beijo para este amante em seu falar?

      Assim como fora dito por estes “ “ intactos e intocável cactos “ “, sobre seus  pontiagudos adornos, que lhe embelezam mais que alguns coloridos pelos sobre cabeças, cujo os pensamentos exalam o que nem de longe se compara ao perfume destas flores, podem até mesmo estes das águas lhe lhe regam se banhar e sentir em seu ser, a mudança que traz a força deste querer que lhe pode transformar, sentindo brotar suas flores enfim gerando amores para sua alma adornar.

        Cá estamos nós agora com nossas tão lindas flores, amores vivos e enriquecidos de valores, que preço não se pode dar e dinheiro algum é capaz de comprar, que nos foi dado e de bom grado pelo Amor Maior que nos quiz neste precioso ser transformar para que em nós reinasse esta preciosa paz que nos torna capaz de amar, incumbidos de somente exercer este direito que a nós outorga o dever de este bem compartilhar.


           Tito Trugilho, 25 de agosto de 2020.