PALAVRAS ?
PALAVRAS ?
Não vou buscá-las, não preciso, elas sempre me encontram e me tocam sem que nelas eu possa colocar a ponta de meus dedos, a não ser que, venha a grifa-lá em um papel, sabendo que ao fazê-lo, estarei acariciando meramente a tês daquela lembrança, por onde passou e deixou suas marcas.
Curiosamente silenciosa e veloz, ela passa entre tantas outras, e não desapercebida, sem que ninguém mais além do que entende e nota sua presença possa ouvi-la, e mesmo assim inerte, isolada, deslocada e sem uma frase não a ouço, apenas vejo como uma pintura ou fotografia.
Grafia, apenas uma imagem ou sorriso.
Mais perto dos sentimentos que me possa despertar, e ela tem esse poder, é quando está escrita ao verso de uma foto, em dedicatória pela lembrança de minha ausente presença, em um momento que seria lembrado pelo compartilhar desta emoção.
Sem dúvida alguma, sendo dita em harmonia com o tom da voz, estando entre tantas outras, é capaz de trazer aquele momento entre deliciosas gargalhadas, como se o tempo pudesse trazer até mesmo aquele instante que ocorreu a décadas, neste incoerente e atemporal ato nesses segundos de profundo êxtase dejavu.
Ainda mais se uníssonas forem as vozes que as trazem entre sorrisos e falas, como era naquela época em que a única preocupação, era esse sorriso gostoso provocar.
Elas são sempre bem vindas e disso sabem bem.
Ah se pudéssemos toca-las sem que preciso fosse interromper as falas, acaricia-lhes e a elas memo dizer o quão expressivas são, quantas vidas e amores capazes foram de unir em um poema ou canção.
Até aqui tantas foram, e a nenhuma delas pude beijar, colocar-lhe ao colo e ninando ver sobre si recair o gostoso sono, como de uma criança.
Dado me foi apenas contempla-las, e delas munido, produzir apenas falas e as canções cuja melodia busque o encanto do olhar que por ela tocado foi, por a mim também emocionar.
Letras e sons guiados pelos caminhos da voz de um corpo, cuja inspiração a mente alcançou, e o elevou a falar de tão sublime amor.
PALAVRAS, oito letras em três sons, usadas por amantes amores em textos e canções, que a estes corações tem o poder de guiar, às correntes cujas águas podem nos alimentar e a essência lapidar, para sentir o seu poder e então poder amar.
Palavras... elas não são meramente palavras...
Tito Trugilho, 26 de julho de 2020.
Tito Trugilho
Enviado por Tito Trugilho em 26/07/2020
Alterado em 26/07/2020