EMOÇÃO
EMOÇÃO
Ela se agiganta dentro em mim com uma incontida força, cujo domínio se dá em um retumbante é ensurdecedor silêncio, inaudível ao mundo a volta
Me toma como sendo seu e faz de minha mente seu hábitat, de minhas mãos suas, ao trazer da vida a essência da qual instrumento fui forjado, para fluir o amor e o bem, porém sem manômetro ou relógio, que seja capaz de lhe mostrar os parâmetros que deste corpo limitado, precisa de repouso, e que ao passo de estar quase a desfalecer, se entrega pelo prazer de ouvir o chamado desta branda e serena voz, que o doce amor me traz.
Confesso que não deveria me expor assim às claras do dia ou diante das luzes das frias madrugadas, lhe permitindo nestas linhas perceber que me entrego sem pudor, receio ou reserva quando me vem sem trégua, em minhas mãos a pena entregar.
Deixe-a. Ela mesmo intempestiva, incorrigível e louca, é ilustre amiga e não de palavras poucas, em se tratando de ensinar o amor e mostrar as trilhas que o conduzirão até lá.
Bem-vinda, em boa hora ou não, fazer o que, será sempre bem-vinda, para nos conduzir a mostrar todos os dentes em uma deliciosa gargalhada, ou secar do rosto logo após as águas de uma incontida enxurrada.
E o que seria de nós se conosco não andasse esta, do nascer ao expirar deste ar que em nosso ser tem seu tempo marcado, tal qual o findar de uma festa, onde ao deixá-lo inerte bem quieto, o intento tão perto e incerto, que não nos é dado contar? Sem ela, esta passagem aqui, seria como os rastros de uma nuvem passageira no céu, inspiraríamos e nada ficaria, tudo se perderia ao leo.
Então para que me importar com as horas que de mim toma para si, as vezes parecendo até ser por desdenho, caçoando de meus olhos pequenos, enquanto ao me debruçar sobre a escrivaninha, de minhas mãos caem os papéis e a pena, enquanto imaginaria eu, estar a compor para minha pequena?
Sorria, divirta-se ela comigo, assim como fez com os que nos trouxeram tão lindas aquarelas, puras fortes, lindas telas, que enquanto feliz estiver, é certo que estarei de pé e pronto a lhe agraciar, mesmo que de pé apenas a pena esteja, e o corpo prostrado a mesa, na cama ou o de pousar, meu ser será sempre seu lar a compor e inspirar, tantos quantos me forem dados afim de me emocionar e amar.
Seja eu seu arauto, em algum momento sei que vou nos deixar, porém enquanto dado for o ar, é permitido aqui estar, estarei a serviço do amor que insiste em me emocionar.
Faça como achar melhor, e me queira, como o ressoar do flâmulas de uma bandeira, até que meus braços entre lembranças e abraços nos tragam as delícias do amor e de seu paladar, em simplesmente entre linhas e não mais aqui, as plantas de meus pés eu plantar.
Ame seja amor, haja luz e se deixe emocionar.
Tito Trugilho, 00:15 06 de junho de 2020.
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Tito Trugilho
Enviado por Tito Trugilho em 06/06/2020