Tito Trugilho
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ALFAIATE
                 ALFAIATE

      Como uma agulha encontrada em um palheiro assim é o poeta que toma sua
pena tece sob medida  os intentos que conduzirão os corações ao mais sublime
de um ser

Que ao se refletir nas expressões
ali pousadas diante de seus olhos se
entregará a quem um dia se quer lhe
foi dado o semblante contemplar

E ainda sem poder lhe ver se apaixonara
ama-lo-ha se entregando às emoções tão grato(a) por aquela carta que conforto lhe trouxe quando posta foi  entre aquelas que seriam as folhas de um livro

Com este instrumento capaz de emoldurar
o coração em suas dimensões não somente externa mas também em toda a sua profundidade

Tal qual com a fita métrica o alfaiate toma as medidas de busto cintura quadril  ombros e com estas molda as vestimentas para tão belo corpo com a poesia pela qual lhe é permitido tocar as emoções

O portador desta pena que hoje muito mais veloz  dado o momento em que suas palavras não são limitadas somente aos seus papéis
mas que tem o poder de cruzar meridianos horizontes e polos encontrando nos mais recônditos lugares

Aqueles corações que buscam em meio a fria solidão um abrigo a que venha se acolher aquecer e acarinhar sem que lá esteja presente o poeta de incansável pena  

Muitas vezes despertado em plena madrugada traz para si o instrumento que acalma e lhe faz tornar ao sono ao compor a obra que àquela vida trará alento retirando-a de seus escombros trazendo-lhe a tona das águas do mar de seus olhos

Prezados amores amantes e instrumentos desta arte de compor para o amor e a vida jamais abandone tua pena ou sem o calor de sua mão a deixe sóbria sobre a escrivaninha sem ser embriagada pelo teu torpor

       Vindo a inspiração os tomar de seu precioso sono e lhes entregar às mãos novamente a vestimenta para emoldurar um ser  uma vida um coração  tomem suas agulhas para tecer os fios que as aquecerão

Não te escuses a responsabilidade destas vidas que te foram entregues para cuidar afim de que tenham paz pois o caos em que vivem lhes torna incapazes de meramente ver dentro de um outro olhar  a harmonia que os fará tão preciosos frutos dar

Ao ponto até de uni-los afim de que se tornem um único ser para que assim possam amar e viver em paz vindo a em si e neste par se encontra

        Olhem bem ao redor e vejam quantos nus necessitados e carentes de teu abrigo e de amor mesmo ricos e tão abastados de bens sem ter calor corações frios envoltos das escampas de um certo desamor

        Molhem suas  penas  encharquem-nas ao tinteiro do sentimento tomem suas agulhas e linhas fiando os tecidos que lhes aquecerão

        Tornem-lhes capazes de amar e acolher em seu ser e permitam que estes possam ver o que os toma e torna capazes de descortinar o amor em suas expressões de afeto e alento te lhes  capacitando a emanar este calor

         Permitam-se ver sentir e ouvir para poder entregar o que sentem e a estas vidas para que isto lhes mostre o verdadeiro e intenso perfume do amor

        Poetas não descansem suas penas para que as vidas suas e tantas outras vidas valham a pena alcançando em seu ser o mais alto valor

Tito Trugilho, 04 de maio de 2020.
Tito Trugilho
Enviado por Tito Trugilho em 04/05/2020
Alterado em 10/05/2023
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