PACIÊNCIA
PACIÊNCIA
Passar pela vida meramente sem ter o privilégio de com ela conviver, quando ao estar já sem forças e não mais o viço da juventude a acompanha-lhe, descobrindo que esta é a única fortaleza que o sustém, pode por tanto o mancebo quanto o idôneo a pensar.
Segundo Paulo de Tarso referindo -se a este tema, quando palestrava aos de Roma como o fazemos aqui em relação aos nossos ais, em meio às turbulências e tribulações é que a paciência produz a experiência, e a experiência a esperança.
* O vigor da juventude nutrido pela adrenalina e noradrenalina que impulsionam o corpo “ são “, podem cegar a mente necessitada da saúde psíquica que a este uma vez a tendo, é capaz de preserva-lo.
* A mente que, com a pseudo sanidade que usa de todo o seu potencial em leituras, estudos, vídeos e áudios aulas, músicas e toda infinidade de recursos hoje e sempre ao dispor em sua ordem temporal para cada geração, que a este veículo chamado corpo não dá a devida atenção, tende a perceber sua degradação ao longo de seu curso.
Aos dispostos, cientes e habilitados de ambas as forças, bastará estabelecer em seu âmbito a salutar prática de um bom relacionamento com os incautos, adestrando-lhes diretamente ao passar conhecimento e prática, muito mais sendo exemplo que tratando simplesmente sobre o tema que tenha domínio da teoria.
Ao aprendiz, acrescentada seja a capacidade de reconhecer sua ignorância e necessidade de aprendizado, oferecendo ao(a) mestre seu silêncio, atenção e coerente questionamento, tendo ciência que o saber, pode estar ao seu alcance mesmo da parte de um(a) mais jovem porém melhor preparado(a) neste quesito.
...Logo a “ Paciência “ tornou-se das mãos Daquele que a criou, um virtuoso instrumento de vivência para o viver...
Longanimidade ao trato, temperança no falar após receber estímulos contrários aos desejados, e ao passo que mesmo tendo a extrema dificuldade de lidar com o desafeto, desenvolve a capacidade de retribuir o que desejava receber, estabelecendo assim uma comunicação bilateral onde o ego se cala, para dar lugar a harmonia.
Exercício diuturno e incansável que traz idoneidade, faz dar seus frutos e traz a desejada paz em meio às batalhas e guerras travadas dos olhos para dentro, em cada ser capaz de escolher o que ofertar dos lábios para fora sua paz, sem as lutas de seu mundo.
A conquista desse território que lhe foi permitido habitar, será dada àquele(a) que for capaz de olhar para si muito mais profundo, do que pode ver ao espelho, contemplando aquele maravilhoso ser que ali habita, e tem a missão de neste lugar plantar as sementes dadas pelo Amor Maior, para que a paciência regada pelas experiências e vivências, veja a gerar o que se anseia pela esperança que ela mesmo produz.
Assim haja luz, sejam abertos os nossos olhos e sejamos capacitados para vermos o quão grandes podemos ser a medida que contemplarmos o quão pequenos e frágeis o somos.
E a Paciência esta preciosa virtude nos mostre o verdadeiro caminho para o precioso encontro com a matriz de toda a existência que aqui nos permitiu o fôlego e a estadia.
Haja luz, haja paz.
Tito Trugilho, 26 de março de 2020.
Tito Trugilho
Enviado por Tito Trugilho em 26/03/2020