O PRESENTE
O PRESENTE
Hoje sempre será o melhor
de nossos dias.
Cá estamos neste hoje que
nunca cessa, deste amanhã que
ao chegar hoje se torna. Basta
que se encerre daquele hoje, no cantar de seus últimos segundos as 23:59, para que o outro agora, se mostre e revele seus primeiros passos.
Se o amanhã pertence ao seu dono, de quem será este hoje que me foi dado embrulhado de presente?
Dele também, ao nos dar a oportunidade de ser um ser grato, por aqui estar tendo este presente em mãos.
Ao abrir o embrulho, vejo uns cílios me fazendo notar que se trata de minhas pálpebras, ao passo que me entregando a aquela hipnótica passagem, separada por um par de peles, que deste mundo me separam, ao serem levados de mim os sentidos todas as noites, desde os primeiros acordes de meu clemente choro por alimento até hoje...
No princípio de tudo, ficava meio confuso sem ter a mínima noção.
Só tendo referências de vozes e
luzes que enquanto falavam, tinham por guia de seus ânimos, uma forte luz a brilhar, em meio ao caos daquele calor de Janeiro, e quando a densa escuridão da noite chegava e aos poucos , cada vez menos vozes, até que o som daquela que me conduzia cessasse.
Logo ao me ver sem nenhum deles,
chamava todos de uma só vez, que
aos pulos chegavam de todos os
lugares da casa quando em uníssonas
e harmoniosas falas, me diziam que
nada estava a acontecer, enquanto aquele que primeiro me tomava ao colo,
com um chiado cadenciado aos beijos a consolar meus ânimos, pois mesmo sem saber o que queria além de alimento e afeto, chamava! Queria sentir o afago, um abraço, que me troxesse de volta a sensação de protegido estar no ventre que me abrigara a alguns instantes ou dias atrás.
Imprecionante era ver, como aquela que me acalentava, minha mãe, sabia sempre o que eu queria, me alimentando fazendo o mundo ser perfeito ao seu jeito, falando baixinho comigo enquanto pedia silêncio a quem ali estivesse, e que até mesmo fizesse uma presse, ou um cântico entoasse, de gratidão ao Pai da vida, que por esta dádiva me colocou em seu regasso, lhe trazendo a alegria de ser uma completa mulher, que além de ter o seu amor, consigo leva o renovo de sua essência, dando a entender que realmente é, maravilhoso e possível ser mãe, este instrumento de vida e fé.
Hoje, só hoje vejo e sei o valor, dequele primeiro beijo de amor, desta que me foi dada como o meu primeiro amor, a mulher da minha vida, que foi inintrumendo de minha vinda, instrutora e tutora de meus passos.
Hoje, mas não somente agora, por este presente agradecerei a cada aurora, ao renovarem-se os meus instintos ao nascer morrendo, amadurecendo e notando da idade os sinais, que me mostram a cada renascer, o instante da partida a se aproximar, sem deixar me abater com a iminência de sua chegada, olhando não para esta presença, que me fará ausente, mas para a estrada que até o inevitável encontro tal qual a chegada certo se faz.
Hoje, como diz o poéta: " eu preciso ouvir "... A tua voz me trará a segunda certeza, a de que estou sendo uma vez mais presenteado com a beleza de tua presença em minha vida, em meu hoje tal qual ontem este o foi. E que será, não somente mais uma das páginas de uma qualquer estória, contada ou cantada para merente encantar aos que um ingresso foram buscar em uma bilheteria, e enfim um entretenimento ter, mas uma marca na pele que beijas ao deitar-se e sentir o amor, comemorado aos olhos olhares e encantos, que com seu poder secaram de mim e de ti os prantos, a nos presentear dando a mim você, e a ti meu ser.
Hoje nada mais a pedir, não. Este direito reconheço não ter, apenas e não tão somente apenas, por te ter agradecer.
Tito Trugilho, 25 de agosto de 2019.
Tito Trugilho
Enviado por Tito Trugilho em 25/08/2019