Tito Trugilho
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O VISGO SEU LAR
            O VISGO SEU LAR


       Um viscoso caramojo, um pouco longe de seus musgos, veio aqui me visitar, mas comigo não falava, nem tão pouco dirigia, a mim o seu firme olhar.

        Com o piso de minha casa conversava, e sem ter sua atenção, agachei-me com a intenção de talvez desta prosa me inteirar.

        Ignorado por este, mas não acabrunhado com isto, disse a mim mesmo: Eu insisto, quero ouvir o seu falar.

        Ao notar sua expressão, pude ver que se tratava de um ser especial, que entendia estar triste, aquela aprisionada pedra, por achar que esta, lá fora desejava estar.
        Até que em sua percepção, com um pouco mais de atenção, é que pode então notar. Se tratava de uma pedra, feita e não arrancada, de seu precioso lugar.
        Foi então que a decisão, de acalmar seu coração e consolo lhe trazer, tomou firme e consiso, e declamando em seus versos, fez-me lhe compreender.
        
  -     Pedra criada por homens.
        Colocada em um ambiente fechado, emparelhadas e veladas com um pó que não se espalha
        Tão fria quanto a natural, mas sem o limo, as folhas, aquele cheiro de mato gostoso e o orvalho, que o sol faz subir ao céu de onde veio, porém com sua luz dentro deste lugar é incapaz de produzir o efeito do caminhar das sombras, dizendo que a noite já vem.
         Estas pedras ao contrário do que eu imaginava, apesar de suas formas e beleza artificial, devem ser muito tristes.
         Não recebem a luz da manhã, nem o vento vem acalentar sua tes e superfície, soprando por ela a brisa do mato ou do mar.
         Descanse teus sentimentos minha cara, bela e triste pedra. Podes não sentir as patas dos corcéis em seu galopar, ou  assistir aos voos das aves quando se precipitam dos penhascos, o zumbir do vento ou mesmo o calor do corpo das manadas em seu repousar, mas saibas que a ti foi incumbido abrigar sobre ti, vidas bipedes, que mesmo não carregando suas crias agarradas às costas pelos galhos, põe seus agasalhos a lhes acalentar.
         Eles cuidam dos de sua espécie, mesmo que presos aqui contigo, com amor e a sua maneira, sem deixar na eira para não machucar, bem protegidos e alimentados em seu habitat.
         Ao perceber que havia concluído sua palavra de conforto à quela pedra, mesmo sem ter sua atenção, o tomei do chão com cuidado, colocando-o sobre a palma de minha mão. Ao levá-lo para fora o coloquei de volta sobre sua pedra ao jardim para que se sentisse melhor em seu lugar, pois o que dizia a aquele inanimado personagem, era na realidade o que queeia para si... Estar lá fora.
         Assim como eu aqui dentro de mim em meu mundo, assim como ele em sua couraça.
         Amar é meu mundo o amor meu habitat.

Tito Trugilho, 16 de julho 2019.
Tito Trugilho
Enviado por Tito Trugilho em 16/07/2019
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