TEU OLHAR
Constranger-me-ia teu olhar?
Ora, se para ti como da noite,
a mais exitante e de branco
véu, tão linda entre o negro e
espaçoso céu, que mesmo
maior que ela, não oculta o
quanto bela é, e a ti se revela,
o faço.
Diante destes mesmos
olhos com os quais a podes
contemplar, curiosamente me
encaixei não somente em teu
olhar, mas também teus dois
outros pares de apurados e
aguçados olhos, que atentos
me puderam contemplar...
Assim, ao dizer estas bossas,
aos três que por ele passavam,
contemplando em seus olhos do luar
a luz, aquele arauto se pôs diante
de seu abajur, em sua escrivaninha
antiga, a procurar dentre todas as
suas cantigas, àquela que neste
olhar melhor coubesse, ao entender
que em fim suas presses, ao seu
destino se pôs a chegar.
Valei-me não mais diria, satisfeito
em sua alegria, ao sentir que o
Maior Amor, lhe enviara os que
a sua amada tão cara, seus versos
e poesias a ela levariam, para que
de suas saudades ao lê-las, de seu
bem viesse a confortar.
A estes três cavalheiros, tão grato,
lavou-lhes dos pés os sapatos, e à
mesa os pôs a sentar, para que se servissem das letras que a ela
compunha, sob o brilho da luz do luar.
Bem vindos ao meu precioso lugar.
Tito Trugilho, 10 de abril de 2019.
Tito Trugilho
Enviado por Tito Trugilho em 09/04/2019